A vinda do senador boliviano Roger Pinto ao Brasil sem o salvo-conduto
da Bolívia trouxe constrangimentos a relação dos dois países. O parlamentar se
encontrava asilado na embaixada brasileira em La Paz há mais de um ano e chegou
ao Brasil no último sábado – 24 de agosto. A vinda de Roger Pinto para Corumbá
(MS) foi realizada em carro oficial da embaixada brasileira, além de contar com
o apoio de fuzileiros navais.
O diplomata brasileiro Eduardo Saboia era o encarregado de negócios na representação
brasileira na Bolívia e, com a ausência do embaixador, estava no comando da
embaixada. Em entrevista ao Fantástico,
o diplomata afirma: "havia uma violação constante,
crônica de direitos humanos, porque não havia perspectiva de saída, não havia
negociação em curso e havia um problema de depressão que estava se agravando.
Tivemos que chamar um médico e ele começou a falar de suicídio".
A operação desencadeou uma crise que levou ao pedido de demissão de Patriota, que será substituído por Luiz Alberto
Figueiredo Machado. Patriota, por sua vez, foi indicado por Dilma para a Missão
do Brasil na ONU – cargo anteriormente ocupado por Luiz Alberto Figueiredo.
É
bom lembrar que não estamos falamos do primeiro constrangimento entre Brasil e
Bolívia. Recentemente, o governo boliviano admitiu ter revistado um avião da
Força Aérea Brasileira (FAB) no final de 2011. A resposta do governo brasileiro
foi que tais procedimentos abusivos levarão à aplicação do princípio da
reciprocidade.