quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Reavaliando a estratégia



Depois de ir até a terceira fase, eu achava que seria mais fácil recomeçar os estudos. Estava enganada. A preguiça de recomeçar a ler um livro de História Geral ("eu não vejo isso desde o TPS!" você pensa) ou de estudar de novo as regras gramaticais e as orações subordinadas substantivas objetivas diretas (putz) é imensa. A sensação de que você esqueceu de tudo é enorme, embora a relação dessa ideia com a realidade não seja assim tão grande (ainda bem).

A verdade é que é preciso começar. E é igualmente preciso se dar prazos. Não adianta ficarmos fugindo da realidade, empurrando com a barriga, olhando pro outro lado. Isso é autossabotagem (já com a nova reforma ortográfica nesse concurso heim, gente? rs). Não vale a pena ficarmos com peninha de nós mesmos porque não chegamos lá. Quase ninguém chegou, diga-se de passagem. Temos que encontrar a garra que existe dentro de nós e produzir com ela. Não vai ser fácil não, mas vai valer a pena. 

Já refiz meu esquema de estudos, mas ainda não caí de cabeça, confesso. Estou com alguns outros projetos intermediários que preciso terminar para, depois, sim, mergulhar a fundo nos estudos, uma vez mais. Não gosto de ficar fazendo coisas mal feitas, por isso prefiro fazer assim e acho que tem funcionado. Mas dessa vez, os estudos serão bastante diferentes. 

Hoje, um leitor perguntou o que eu havia aprendido nessa minha última experiência no CACD. Eu percebi que, mais que uma questão de quantidade, o estudo para o CACD está baseado em qualidade. Tudo bem, estudar 12h por dia no início é importante? Claro, isso vai te dar uma base incrível de conhecimentos, uma carga ótima de leituras, aulas etc. Agora, depois que você já fez tudo isso, já passou por essa loucura de estudar que nem um condenado (literalmente), ficar surtando não vai ajudar. O conhecimento já está lá, é preciso trabalhá-lo, aprimorá-lo, qualificá-lo.

Minha recomendação às pessoas que já estão a mais tempo nessa jornada é essa: qualifiquem seu conhecimento, revejam sua estratégia. Avaliem porque não deu da última vez. "Se perguntem: onde eu errei?". Eu já me fiz essa pergunta várias vezes, claro, e a resposta foi essa: qualidade. Quantidade de estudos não me faltou, mas acho que pequei na qualidade e na minha estratégia. E esses elementos são absolutamente individuais. Apenas cada um pode saber qual é o seu ponto a melhorar, o seu calcanhar de Aquiles. Tenha você ido até a terceira fase ou tenha você nunca passado no TPS, reveja sua estratégia, reavalie sua tática de estudos, veja o que está te prejudicando, e MUDE. Eu sei que é difícil, especialmente quando já temos um esquema criado, mas é melhor mudar logo do que ficar mais um tempo esperando pra passar, né? ;)

É isso. Acho que devemos ser estrategistas desde o concurso, e não apenas depois de passar nele. Afinal, montar uma tática inteligente para estudar e para se aprimorar é essencial para o sucesso no CACD. Espero que vocês realmente se embrenhem no estudo. E lembrem-se sempre: muitos estão estudando muito, mas poucos estão estudando bem. Fica a dica. :)

Beijos,

Luiza 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Recomeçar.




E eis que, passada a tempestade, vem a calmaria. Depois que a noite leva embora a decepção e a raiva, começam a surgir as forças pra recomeçar, no prelúdio a um novo dia.

Não passar dói. Dói muito. E eu não preciso ter vergonha de dizer isso aqui. O processo de ir até as últimas fases é cansativo, dolorido, desgastante. E chegar até lá pra morrer na praia cria na gente uma dor sem fim. Os demais 130 candidatos que também não conseguiram junto comigo provavelmente também sabem como é. As palavras de apoio, de coragem, de "parabéns" (afinal foram quase 7 mil inscritos) parecem vazias quando nos lembramos que é preciso "começar tudo de novo". Esse pensamento destrói ânimos, forças e, muitas vezes, até mesmo nossa vontade de continuar.

Sim, doeu muito não ter conseguido, mas resolvi seguir em frente. Os emails e os comentários que recebi dos inúmeros leitores foram muito importantes para reforçar essa minha decisão. Resolvi que não é hora de esmorecer. Não passar também faz parte do processo, nos humaniza, nos torna mais humildes e também nos testa. Será que realmente queremos tanto isso? Será que estamos dispostos a passar por cima da derrota, do nosso orgulho ferido? Eu pensei e repensei mil vezes qual seria a minha resposta, mas decidi que sim, vale a pena, valerá a pena. Eu vou fazer valer a pena. 

Saber que muitos me leem é muito bom, mas também cria uma responsabilidade, às vezes. Eu gostaria de ser um exemplo melhor para muitos que buscam aqui informações, conselhos e inspiração, mas a verdade é que sou humana e também falho. Mas acho importante mostrar esse outro lado também. No fundo, somos todos esforçados (um com mais sorte que outros, eu sei), mas estamos todos no mesmo barco. O barco das incertezas, das dúvidas, das angústias. O importante é saber como superá-las, como arrancar força delas, e é isso que estou tentando fazer agora, depois de uns meses meio perdida, me acostumando com o tombo.

Bom, mais que um post qualquer, esse post de hoje é um desabafo e um imenso agradecimento. A força de todos vocês me deu ânimo para recomeçar, para acreditar de novo. E é isso que eu aconselho a todos vocês, futuros diplomatas que me leem: acreditem e não desistam. Passar logo é "fácil". Difícil é continuar apesar dos percalços no caminho. Só quem realmente ama essa carreira e tudo ao redor dela arranca coragem para perseverar mesmo em momentos difíceis. Não desistam. Assim como vocês torcem por mim, eu torço por vocês, futuros jovens diplomatas desse país, mesmo sem os conhecer. 

Coragem. A prova de 2013 está logo aí :)

Um grande beijo a todos,

Luiza 


*Trilha sonora de hoje, enviada por um leitor: Music for a forgotten future. Não sei quem canta, mas até que combinou com o momento rs.