sábado, 31 de dezembro de 2011

Novo ano, novos planos, novos rumos: vale a pena mudar-se para estudar?



Mais um ano chega ao fim. Não sei para vocês, mas, para mim, 2011 foi um ano de muitos aprendizados. Não me refiro somente aos aprendizados no campo dos estudos, mas, principalmente, aos aprendizados pessoais, relacionados à maturidade emocional e, também, intelectual. 

Normalmente, as pessoas refletem sobre o passado e planejam o futuro, no fim do ano. Em função disso, venho recebendo vários e-mails me perguntando sobre as mudanças de cidade em função da preparação para o concurso. Será que, em 2012, vale a pena largar tudo e se mudar para fazer cursinho em outra cidade?

Inicialmente, preciso salientar que os cursinhos são, sim, muito úteis na preparação, mas não fazem tudo por você. Se você for uma pessoa que precisa de estímulo e de orientação, o cursinho será muito bom, pois irá apresentar a matéria de maneira menos complicada, além de mostrar quanta gente preparada quer a mesma vaga que você, o que ajuda a dar um gás nos estudos. Apesar disso, cursos não fazem milagres. Se a iniciativa não vier de você, no fim das contas, não rola. 

A segunda coisa que vale mencionar é que é preciso ler muito e ter muita paciência nesse concurso. Conheço pessoas que passaram ser ler quase nada, mas esses são minoria. A prova exige solidez e maturidade intelectuais e, para isso, é preciso ler muito sobre muitas coisas e muitas vezes. As aulas são muito úteis, com certeza, mas, se você não ler nada sobre aquele assunto, dificilmente absorvê-lo-á em sua completude. Logo, paciência e dedicação são fundamentais. 

Assim sendo, acho que algumas considerações são válidas. Os cursos presenciais, em geral, são mais interessantes que os cursos telepresenciais, mas isso pode variar em função do cursinho. Aulas presenciais são normalmente mais enriquecedoras, a começar pelo fato de que você pode interagir diretamente com o professor e esclarecer dúvidas no momento em que elas surgem. Apesar disso, os cursos telepresenciais também são bastante úteis, uma vez que os professores em geral são os mesmos das turmas presenciais, ou são igualmente capazes, e as aulas são tão bem estruturadas quanto aquelas ministradas pessoalmente. 

O que fazer então? Acho que na hora de tomar sua decisão, se você deve ou não mudar de cidade e ir para uma capital que tenha cursos presenciais, como Rio, São Paulo ou Brasília, acho que você deve refletir sobre os seguintes pontos:

1. Tenho condições financeiras de fazê-lo? 

Pode parecer bobo, mas esse ponto é fundamental. Os cursos não são baratos, assim como o custo de vida nessas cidades. Rio, Sp e Bsb têm um custo de vida alto, seja em relação ao aluguel, à alimentação ou ao lazer. Isso deve ser observado na hora de você tomar sua decisão, pois de nada adiantar gastar mais do que você pode para investir em algo que pode, sim, ser feito de outra maneira que caiba no seu bolso.

2. Terei uma boa estrutura de vida nessas cidades?

Isso é algo em que, em geral, as pessoas não pensam antes de se mudar e, pelo menos pra mim, é essencial. Se você está se mudando para estudar, mas vai viver em uma cidade complicada, onde você não tem carro, mora longe do cursinho, sua casa é desconfortável, etc. etc., será que você vai conseguir estudar bem? Será que vai conseguir se adaptar? Ninguém pensa muito sobre isso antes, mas sua vida pessoal, sua felicidade, seu conforto também influenciam seus estudos. É importante ter um cantinho legal para estudar e uma vidinha aprazível com algum lazer. Você vai passar a maior parte do seu dia lendo, estudando. Se não conseguir uma maneira legal de fazer isso, muito do seu estudo vai ser prejudicado. 

3. É absolutamente imprescindível ter aulas para o concurso?

Essa é uma pergunta difícil. Como eu sempre disse, há pessoas e pessoas. Há pessoas que fizeram poucas aulas e foram aprovadas, outras que fizeram todas as aulas, leram menos e passaram. De qualquer maneira, aulas ajudam, mas não fazem milagres, como eu já mencionei. Acho que as aulas ajudam a ter uma noção melhor sobre a prova, mas é preciso ler bastante, sobretudo porque a prova vem mudando. 

4. Os cursos telepresenciais são piores que os presenciais?

De jeito algum. O que acontece é que a estrutura das aulas é um pouco menos flexível, pois o professor não está na tua frente e não pode esclarecer dúvidas imediatamente. De todo modo, é possível enviar dúvidas por e-mail. Os cursos telepresenciais são uma ótima opção para pessoas que não tem condições de se mudar para fazer cursos presenciais, seja por motivos financeiros, seja por outros motivos. Eles podem ser feitos em unidades telepresenciais ou em casa, via internet. 

5 É possível passar sem fazer aulas?

Por mais incrível que possa parecer para alguns, sim. Atualmente, é cada vez mais difícil encontrar aprovados que não fizeram cursinho em nenhuma fase. Em geral, para a terceira fase, quase todos fazem cursos, em função da estruturação das respostas etc. Até lá, no entanto, é possível que muitos candidatos cheguem sem ter feito cursos. Conheço algumas pessoas, sobretudo de turmas mais antigas, que sempre estudaram em casa, sozinhos, e tiveram um ótimo desempenho. Hoje em dia, isso é um pouco mais difícil de acontecer, mas ainda assim há bastante candidatos que se preparam sozinhos e que têm um desempenho fantástico. Isso é observado com maior frequência nas turmas menores, onde, em geral, as pessoas já têm mais tempo de preparação individual. 

Bom, gente. Acho que era isso. Espero ter ajudado um pouco aqueles que estão planejando o ano de 2012. Tentem sempre ter em mente isso: é possível ser aprovado, independentemente de você morar em uma grande cidade e fazer um curso caro. É preciso ser pragmático e ter uma boa rotina de estudos. Com isso, vocês conseguirão ir longe, independentemente do caminho que escolherem. Como já dizia Fernando Pessoa, "tudo vale a pena, se a alma não é pequena". Reflitam e tomem a decisão mais adequada a vocês para o ano que vem. Se precisarem de algo, podem contar comigo.

Um beijo a todos e um feliz ano novo!

Luiza. 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Aniversário de 2 anos do Blog Jovem Diplomata!



Queridos,

Neste dia 20 de Dezembro, o Blog Jovem Diplomata completou dois anos. Impressionada, ao perceber que o blog começou há todo esse tempo, aproveitei para refletir sobre tudo que mudou, desde que inaugurei este espaço.

Inicialmente, este blog seria um diário pessoal, onde eu escreveria sobre meus estudos, despejaria um pouco do meu recém-adquirido conhecimento e abstrairia do meu estresse cotidiano. Diferentemente das minhas pretensões, o blog tomou, por si só, um rumo totalmente distinto. Em função da imensa procura por informações sobre o concurso de admissão à carreira diplomática, este espaço tornou-se um instrumento de troca de ideias, dicas e informações, entre aqueles que têm o mesmo objetivo que eu: ingressar na diplomacia. 

É, realmente, gratificante perceber a dimensão que a coisa ganhou. Nunca imaginei que aquele blog que fiz na madrugada do dia 20 de Dezembro de 2009 se tornaria o que ele se tornou, dispondo de um número surpreendente de acessos e de seguidores, que acompanham algumas de minhas peripécias cotidianas e que compartilham as suas comigo.

Sou imensamente grata a todos vocês que acessam este espaço e que contribuem com a minha empreitada. Aprendo muito com vocês, acompanho suas histórias e torço imensamente para que todos alcancem seus objetivos. É uma honra saber que há tantos que me leem e que depositam confiança em mim, para esclarecer dúvidas sobre o concurso, para pedir dicas ou, simplesmente, para conversar sobre temas afetos ao CACD. 

Antes de mais nada, quero que todos saibam que anseio, verdadeiramente, pelo sucesso de vocês, sejam jovens, adultos ou senhores; sejam formados, colegiais, graduandos ou profissionais. Espero que todos consigam realizar, com plenitude, os ímpetos políticos que existem nos jovens diplomatas dentro de vocês.

Ah, e para comemorar os dois anos de blog, uma boa notícia: hoje, dia 21 de Dezembro, o Projeto de Lei 122/2011 foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Agora, basta ser aprovado no Plenário (o que pode acontecer ainda hoje) e ser sancionado pela Presidente, para que as 400 novas vagas de Diplomata e as mais de 800 novas vagas para Oficial de Chancelaria sejam liberadas! Vamos torcer - e estudar!

Bons estudos e boas festas a todos!


Beijos e muito obrigada por tudo,

Luiza

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Aprofundado os estudos: o que ler depois do básico.

O ano está chegando ao fim, mas é nessa hora que os candidatos ao CACD menos descansam. É chegada a hora de revisar, aprofundar leituras e diversificar algumas coisas. 

Àqueles que já se preparam há mais tempo, recomendo que comecem uma revisão de tudo que foi visto até então. Leiam e releiam suas aulas e seus fichamentos, pois isso é essencial para o sucesso no TPS. 

Aos demais, que iniciaram sua preparação há menos tempo, recomendo que façam o mesmo, mas que, igualmente, diversifiquem suas leituras e adentrem com maior profundidade em determinados temas. 

Fiz um seleção de leituras que devem ser lidas em um segundo momento, depois de feitas as leituras básicas que mencionei no post "Os 12 livros básicos que você deve ler antes do TPS". 

Enumero, abaixo, algumas leituras mais específicas e igualmente relevantes.

1. Synésio Sampaio Góes Filho - Navegantes, Bandeirantes e Diplomatas. Livro essencial para o concurso. Fala sobre a formação do território nacional desde a descoberta do território brasileiro até a Primeira República. Todo ano uma questão concernente a esse tema cai na prova, logo, trata-se de leitura fundamental.

2. Francisco Doratioto - Maldita Guerra. Esse livro é muito importante, uma vez que o Doratioto faz parte da banca de História do Brasil, e que sua percepção inovou a historiografia no que diz respeito à Guerra do Paraguai, suas causas e suas repercussões no país. Recomenda-se a leitura dos dois primeiros capítulos, que são os mais importantes. 

3. José Murilo de Carvalho - Construção da Ordem/Teatro das Sombras. Essencial para compreender a formação das elites no Brasil, especialmente durante o período Imperial. Leitura obrigatória.

4. José Murilo de Carvalho - Cidadania no Brasil. Livro curto, conciso e absolutamente importante. Faz um resumo de todo o processo de construção dos direitos civis, políticos e sociais no Brasil, desde a independência do Brasil até os anos 90. Muito bom.

5. Lilia Moritz Schwarcz e Alberto Costa e Silva - Crise Colonial e Independência 1808-1830. Esse livro é ótimo. Recém-lançado, faz uma abordagem diferente sobre o período em questão. Trata-se de uma coletânea de artigos que se referem a aspectos do Brasil desde a chegada da família real até a consolidação da independência. Autores como Alberto Costa e Silva, Rubens Ricupero e Lilia Moritz Schwarcz comentam sobre a cultura, a economia, a sociedade e a política do país à época. Atualizadíssimo. Recomendo.

6. Paulo Henrique Gonçalves Portela - Direito Internacional Público e Privado. Lançado a pouco tempo, o livro reúne diversos temas afetos ao Direito Internacional, tanto público quanto privado. Começando pelas fontes do Direito Internacional e seus sujeitos, o autor discorre sobre uma imensa gama de assuntos, abordando até mesmo o Direito do Comércio Internacional e o Direito Internacional Ambiental. Boa aquisição, mas recomendo ler o Rezek primeiro, sem dúvidas.

7. Henry Kissinger - Diplomacy. Confesso que li apenas partes desse livro, mas conheço muita gente que acha essencial. Acho que, para quem já leu os "Hobsbawns" e o "Saraiva" e ainda quer uma outra leitura de História Geral, pode ser uma boa pedida, já que o livro é um clássico no meio. 

8. Paulo Fagundes Vizentini - Política Externa do Regime Militar. Adoro esse livro. O período em questão sempre é tema de questões de prova e, igualmente, de controvérsias. É interessante observar que, mesmo durante o Regime Militar, havia inúmeras divergências entre os governos e que isso repercutia na política externa do país. Leitura obrigatória, pelo menos uma vez. 

9. Charles Chasteen - América Latina, uma história de sangue e fogo. Até hoje busco um livro melhor sobre história da AL, mas ainda não achei. Sei que vai parecer um ultraje, mas me recurso a ler Leslie Bethell e seus 40 volumes sobre a História da AL, então, como li esse livro do Chasteen da faculdade, recomendo. Ele é um pouco acalorado demais, se posso assim dizer, mas acho que tem uma abordagem legal sobre o tema, que fica fácil entender. E estava no edital até um tempo atrás, então... 

10. Maria Yedda Linhares - História Geral do Brasil. Amo esse livro. A parte de Colônia e Império dele são absolutamente indispensáveis a qualquer candidato. Análises profundas que comparam correntes historiográficas. Tem uma abordagem bem distinta daquela dos "Boris Faustos", que são mais factuais. Esse livro é, majoritariamente, mais analítico. Fundamental. 

11. Marcelo de Paiva Abreu - Ordem e Progresso. Esse livro é para quem já está bem avançado nos estudos de Formação Econômica do Brasil. Se já leu o do Gremaud e do Giambiagi e quer algo mais avançado, leia esse. Eu já li partes na faculdade, e achei ótimo, mas é realmente bem complexo. Desafiante.

12. Thomas Skidmore - Brasil, de Getúlio a Castello. Não li esse ainda, mas estou louca para fazê-lo. O autor é bastante apreciado pela banca, sobretudo no que se refere ao período militar. Acho que pode ser uma boa pedida. 

13. Boris Fausto e Francisco Devoto - Brasil e Argentina: um ensaio de história comparada. Esse livro é muito útil, uma vez que traz um dos temas preferidos da banca: as relações BR-AR. O livro adota abordagem que compara o cenário interno e o cenário externo da política dos países. Interessante. 

14. Jorge Ferreira - O Brasil Republicano - coleção. Já li partes dos livros dessa coleção e adorei. As análises são profundas, porém objetivas. Não acho que seja preciso ler todos os livros, mas acho interessante ler ao menos um, ou capítulos deles. 

15. Angela de Castro Gomes - A Invenção do Trabalhismo. Recomendo para aqueles que querem entender melhor a transição de Vargas, da extrema direita à centro-esquerda, após o fim do Estado Novo. Nesse livro, a autora explica como o Trabalhismo (ou aquilo que alguns preferem chamar de Populismo) foi essencial para o retorno de Vargas ao poder em 1951, democraticamente. A tese da autora é a de que o povo não foi alienado e usado por Vargas, como fica implícito no termo Populismo, mas, sim, fez parte do processo de maneira voluntária, consciente de que se beneficiaria das medidas implementadas por Vargas.

16. Marco Antônio Villa - Revolução Mexicana. Livrinho curto que faz um resumo da história do México, desde o Porfiriato até a revolução que levou Cárdenas ao poder, passando pelo processo da confecção da Constituição de 1917, que vigora até hoje, e da criação do PRI, partido que ficou décadas no poder. 

17. Marco Antônio Villa - História das Constituições Brasileiras. Comprei recentemente e gostei bastante. Achei útil, pois a prova adora mencionar as constituições e cobrar seus detalhes. O autor fez um apanhado interessante e explica, de maneira concisa, as características e peculiaridades de cada CF, comparando-as com as demais. 

18. Angélica Madeira e Mariza Veloso - Leituras Brasileiras. Esse livro é bom para a segunda fase, mas para quem já quiser, já é bom ir dando uma lida. As percepções das autoras são bem interessantes sobre diversos temas que são, com frequência cobrados na prova, como escravidão, migrações, ideias, etc. 

19. Sérgio Buarque de Holanda - Raízes do Brasil. Definitivamente um "must read". Clássico, ajuda em diversas matérias, de redação a História do Brasil. 

20. Michel Vovelle - A Revolução Francesa Explicada à Minha Neta. Fofinho, linguagem simples, curtinho. Lê-se em meia hora e tem-se uma visão legal sobre a Revolução Francesa, explicada por um francês. 

21. Hervé Thery - Atlas do Brasil. Bem legal, com mapas e imagens. Tem para download no 4shared. Linguagem simples e dados relativamente atuais. Importante para os estudos de Geografia. 

Bom, galera, acho que já dá pra vocês se divertirem com isso. Depois, posto mais coisas aqui, conforme for lembrando de livros importantes ou descobrindo novos. 

Beijos,

Luiza





segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Seleção de vídeos de política externa

Oi, gente.

Sei que estou meio ausente, mas devo confessar que estou exausta, em função dos estudos e das aulas. Peço desculpas a todos pela demora em responder emails e para postar aqui. 

De qualquer maneira, hoje venho com um post um pouco diferente. Fiz uma seleção de vídeos interessantes relacionados à política externa e vou colocá-la aqui. São vídeos do canal do MRE no youtube, bem como de outros canais afetos à política brasileira. Acho que assistir a coletivas e declarações de autoridades é muito útil para consolidar conhecimento e para continuar estudando, mesmo em momentos de fadiga mental. 

A seleção não é exaustiva, por isso, recomendo que vocês continuem buscando coisas interessantes no Youtube, sobretudo no canal do MRE: http://www.youtube.com/user/MREBRASIL

1. Coletiva de imprensa COSIPLAN - UNASUL. 2011. 


2. Ministro Antonio Patriota - Expectativas Brasileiras na COP 17. 2011


3. Entrevista do Ministro Celso Amorim à TV Senado, 2010


4. Mercosul. Balanço da Presidência Pro-Tempore Brasileira na Cúpula de Foz do Iguaçu, 2010


5. Pronunciamento do Ministro Patriota pelos 15 anos da CPLP, 2011


6. Entrevista do Ministro Patriota à Radio ONU, 2011


7. Discurso do Ministro Patriota nas Nações Unidas, sobre Diplomacia Preventiva. 2011



8. Pronunciamento da Presidenta Dilma Rousseff na Assembleia Geral das Nações Unidas, 2011


9. Seminário "Brasil-OMC". 2011





10. Proclamação do Ministro Patriota na Conferência SGPC. 2010



11. Discurso da Abertura da XI Reunião de Chanceleres da OTCA. 2011



Espero que os vídeos sejam úteis. Divirtam-se e ótimos estudos a todos!!! Se precisarem de algo, estou à disposição. 

Beijos a todos,

Luiza