segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Resultado final do Concurso Cultural Jovem Diplomata e Editora Impetus

Queridos,

É com muito prazer que venho anunciar o vencedor do Concurso promovido pelo Blog em parceria com a Editora Impetus. Antes de anunciar o vencedor publicamente e de postar aqui a redação escrita por ele, devo fazer algumas considerações a respeito dos critérios utilizados para a seleção da melhor redação.

Antes de mais nada, avaliei a capacidade argumentativa do candidato. A estruturação do texto e o encadeamento das ideias foram o principal ponto analisado. Recebi muitas redações criativas e com um bom vocabulário, mas que pecaram pela estruturação do texto. Uma boa redação deve ser lógica, bem encadeada, com uma condução progressiva de argumentos. 

Além disso, analisei o vocabulário utilizado, que deveria necessariamente mostrar bom conhecimento da língua portuguesa, sem excesso de pedantismos ou de coloquialismos. Embora praticamente todos os participantes tenham utilizado algumas palavras "fora de lugar", digamos assim, termos, como termos mais coloquiais ou que têm conotações muito imagéticas ou metafóricas, tentei encontrar um texto que se adequasse mais a essa norma padrão da língua portuguesa. Pontuação, desenvolvimento do tema, uso correto de conectores e bons argumentos também foram avaliados.

Assim, avaliando esses quesitos, cheguei à minha conclusão e o vencedor foi: Guilherme Hoffmeister, de São Leopoldo, RS. 

Parabéns, Guilherme, você vai receber os livros em casa, enviados diretamente pela Editora Impetus :)

Aos demais candidatos, parabenizo-os todos pelas redações e encorajo-os a continuarem aprimorando sua escrita. Esse é um trabalho que jamais termina - acreditem, eu sei bem! 

Transcrevo, abaixo, a redação do Guilherme, após ter sido previamente autorizada por ele. 


"Dadas as nuances encontradas no entorno do contexto internacional, um mundo frente a uma globalização cada vez mais taxativa depreca por interações mais próximas e claras. Seja um representante do serviço exterior ou um funcionário de uma multinacional, ambos necessitam exprimir com solidez e de maneira profícua o fim de seu discurso. Sinônimo de integração global, a língua inglesa traz nova roupagem às relações internacionais devido ao desponte gradual da internacionalização dos mercados.
Hodiernamente, condenar o contato diplomático francófono, que eclodiu como a língua de batismo da diplomacia no século XVII, soa a um extremismo sem justificativa. Apenas deixado de lado devido à influência de países mais destacados no cenário internacional, o francês deu lugar a uma língua muito mais difundida no mundo à época da colonização bretã, o inglês. A proliferação e a aceitação generalizada da língua inglesa cresceram desde o início do século XX, e é garantida pelas zonas de influência que Estados Unidos da América e Grã Bretanha cultivaram com o tempo. Desde os produtores de cana-de-açúcar na Jamaica até os barões do milho norte-americanos, todos interligados pela economia e uma só língua.
Com a evolução de questões políticas pelo mundo, a criação de fóruns multilaterais, a resolução de controvérsias em organizações internacionais, inúmeros temas que melhor discutidos em uma linguagem uníssona dão tanto corpo como eficácia de tratamento ao processo decisório. Um amplo conhecimento de inglês é importante para diplomatas e funcionários de alto escalão em países costumeiros no panorama internacional, como o Brasil, para que possam melhor compreender a matiz e o ofício dos assuntos globais e da diplomacia externa. O bom uso da linguagem e um locutor persuasivo imperam uma representação mais profissional e criam certa credibilidade no imaginário daquele que o ouve. A fim de operar no mais alto nível diplomático, a habilidade de compreender as sutilezas da língua inglesa e devolver ao interlocutor com confiança é primordial.
Em suma, apesar de não haver apenas uma língua solene para as relações internacionais, como em épocas passadas foi cogitado com o esperanto, a ONU detém seis línguas como oficiais nas relações exteriores, inglês, francês, russo, espanhol, árabe e chinês. O inglês é a língua mais usada nas trocas comerciais, nos tratados e convenções, por conseguinte, tenderá a crescer numa escala nunca vista antes devido à globalização e à necessidade de uma demanda cada vez maior por profissionais mais eloquentes."

Obrigada aos que participaram e, sobretudo, à Editora Impetus pela parceria. Parabéns ao Guilherme e bons estudos a todos!

Beijo,

Luiza 

4 comentários:

  1. Há tempos nasceu o desejo de ser Diplomata. O conhecimento, as pessoas, o mundo; tudo parecia motivos para alcançar esse cargo.

    Passada a euforia inicial, comecei a me deparar com uma série de dificuldades:

    - tempo para estudo;
    - falta de base para este concurso específico (afinal já passei em outros concursos federais)
    dedicação à família;
    - trabalho;
    - lazer;
    - outros projetos

    A pergunta que eu sempre me faço é: Vale à pena esse esforço? Existe recompensa ou você será jogado em um setor qualquer, tornando-se um servidor público padrão, distante do que você sonhou?

    Nesse momento eu estou acreditando que não vale, envolvido em um outro projeto, mas sem a certeza de sucesso (neste), porém muito divertido; e não sei se volto para o projeto CACD.

    Alguém já foi e voltou? Como está lidando com as possibilidades oferecidas pela vida e excluindo-as para focar única e exclusivamente no CACD?

    Luiza, se me permite a pergunta: Você segue o ritmo tendo "apenas" o CACD como objetivo ou segue outros projetos como Pós-Graduação? Consegue conciliar com o trabalho? Desde o início da preparação sua dedicação foi parcial ou total?

    James

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    1. Oi James,

      Antes de mais nada, gostaria de dizer que suas colocações são muito pertinentes - e comuns. Todo mundo que se dedica a um concurso tão árduo e complexo quando o CACD se pergunta, em algum momento, se é isso mesmo, se vale a pena deixar de lado família, vida, estudos (pois isso em algum momento receberá menos atenção) por um "sonho".

      A questão é que não existe uma resposta. Para alguns, o sofrimento é mais contornável, para outros, o fato de abdicar de outros projetos é angustiante (como vem sendo para mim). Durante dois anos venho me dedicando somente aos estudos e atualmente isso vem sendo um suplício. É muito difícil ficar totalmente parado quando se é uma pessoa muito ativa, com muitas idealizações, como vem parecendo ser o meu - e o seu - caso.

      Estudos para o concurso e outros projetos não são sempre excludentes. Muitos colegas trabalham ou fazem mestrado e conseguem lidar bem e até mesmo serem bem sucedidos no concurso, o que e animador, mas acho que isso é absolutamente pessoal. Algumas pessoas conseguem dividir seu tempo e energia, outras gostam de se dedicar integralmente. É preciso ver o caso particular.

      Quanto ao ir e voltar, acho que é casuístico também. No meu caso, a volta vem sendo homeopática depois do intenso turbilhão da terceira fase. Com outros, a volta é mais imediata. Acho que tudo depende do ritmo de cada um e da gana pessoal.

      Sobre o esforço, só saberemos se vale a pena quando chegarmos lá. Só acho que é válido ter em mente que a diplomacia é uma carreira pública como tantas outras. Embora tenha seus meandros e suas particularidades (muitas vezes romantizadas e idealizadas), não podemos esquecer que estamos falando de uma instituição burocrática (no sentido literal da palavra, sem conotações pejorativas). Assim, acho que as expectativas devem ser moderadas, para evitar decepções.

      Força James. Seja o que vc escolher fazer, faça com o coração. É piegas, mas nunca falha! hahaha

      Beijo

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    2. É, acho que o jeito é pegar onda mesmo =). Pelo menos por enquanto. Atualmente estou muito apaixonado (\o/) pela vida para ficar só com esse projeto.

      Beijo e boa sorte! ;)
      Ps. Sugestão: https://vimeo.com/14074949

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  2. Achei o texto muito bem colocado, bastante simples. Espero que o blog faça outras promoções como essa, pra avaliar a capacidade de discernimento. Espero que respondam a pergunta do James, mesmo pensando que vale a pena, tenho certa dúvida de como conciliar outros estudos ou projetos, tendo em vista com concurso diplomático.

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