domingo, 31 de outubro de 2010

Eleições presidenciais no Brasil e a política externa: ruptura ou continuidade?


Em tempos de eleição, especialmente hoje, no dia da definição do novo presidente do Brasil, muitos vêm especulando sobre os possíveis rumos da política externa brasileira. Será que muita coisa irá mudar? Será que a diplomacia presidencial que o Presidente Lula vem executando vai acabar? Dilma teria capacidade para dar continuidade à política de seu sucessor?

Primeiramente, a meu ver, acho que a política externa não sofrerá grandes mudanças, em um governo Dilma. Não apenas por se tratar do mesmo partido no poder, mas, principalmente, pela concentração da política externa nas mãos do Itamaraty. A política externa que o Brasil vem implementando nos últimos 8 anos tem muito da atuação pessoal do presidente Lula, sem dúvidas, mas, mais do que isso, a formulação das diretrizes da política externa reside, majoritariamente, sob o poder do Ministério das Relações Exteriores, o que não deverá mudar.

Que o carisma da nova presidente será menor que o de Lula é algo certo. Isso, porém, ocorreria com qualquer um dos novos presidentes. A figura de Lula, tanto no Brasil, quanto no exterior, é dotada de um carisma e de um capital simbólico que são fenomenais. Qualquer um que o suceda terá de lidar com uma popularidade menor que a do ex-presidente, porém, não creio que isso influenciará os rumos da política externa. Reduzir apenas ao carisma de Lula todas as conquistas do Brasil no exterior seria demasiadamente simplista. As conquistas brasileiras, certamente, foram muito influenciadas pela figura do ex-presidente, no entanto, a atuação do país no exterior foi baseada, majoritariamente, em diretrizes estabelecidas pela cúpula política do Itamaraty, que deverá permanecer, praticamente, inalterada. As diretrizes da PE (diversificação estratégica de percerias e inserção internacional ativa) devem permanecer as mesmas, dentro do Itamaraty, com a vitória de Dilma, o que deve fazer com que os rumos do Brasil, no exterior, se mantenham, praticamente, inalterados.

O Brasil, hoje, elege sua primeira Presidente mulher, um passo de continuidade e, ao mesmo tempo, de transformação, na política brasileira. O importante, para nós brasileiros, é pensar independentemente de partidarismos. O importante é enxergar que o Brasil, certamente, permanecerá um Estado forte, um Estado ativo, externamente, e um Estado pautado no desenvolvimento econômico e em uma maior igualdade social.

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