segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A Guerra do Chaco e as influências petroleiras

Bom, hoje o dia foi bom... Apesar das compras de Natal - que me tiraram um pouco de casa, me impedindo de estudar muuuuito - eu consegui avançar bastante no nosso querido Muna (apelido carinhoso ao Moniz Bandeira).
Hoje vou comentar um pouco sobre a Guerra do Chaco, já que eu achei bem interessante tudo que esse conflito regional envolveu  e que, em geral, a gente quase não ouve falar por aí...
Bom a região do Chaco fica no Paraguai, e faz fronteira com a Bolívia, com o Brasil - perto de Corumbá -  e com a Argentina - perto das margens do Rio Paraguai. A Bolívia, com a Guerra do Pacífico (1879-83), perdera sua ligação ao Oceano Pacífico - Antofagasta, Cobija e Tocopilla - e ficou dependente de uma ligação ao Rio da Prata para escoar sua produção. Isso aconteceria com a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, uma das condicções do Tratado de Petrópolis, de 1903, mediante o qual o Acre foi concedido ao Brasil em troca de um territorio menor no Mato Grosso do Sul e de uma reparação financeira, além da construção da Mamoré. Com a não construção da Ferrovia, devido a complicações na obra e surtos de febre amarela e malária na Amazônia, a Bolívia permanecia isolada de ambos os oceanos, o Pacífico e o Atlântico.


A região do Chaco, não era importante ao Paraguai apenas pela área de criação de pecuária e de agricultura, mas, principalmente, pela grande influência Argentina na região. A Argentina dominava conomicamente a região do Chaco, onde possuia uma enorme empresa, a Casado & Camp,  dominando a região, mesmo não que de jure. Nesse sentido, a Argentina era forte aliada do Paraguai em qualquer disputa que pudesse ocorrer com a Bolívia em função daquela região, vista por esta como uma forma de escoamento da produção.
A Bolívia já havia contestado por muitas vezes a região do Chaco, principalmente após a Guerra da Tríplice Aliança, quando a Argentina também contestou a região, e por isso a questão foi resolvida por um arbitramento, que deixara o Paraguai a cargo de tais territórios.

A guerra do Chaco se consolidou, muitos anos depois, quando a grande produtora de petróleo norte-americana, Standard Oil, grande concorrente da anglo-holandesa Shell, começou a explorar petróleo na região. Além disso, começaram a surgir suspeitas sobre novas jazidas de petróleo na região do Chaco, o que elevou ainda mais os ânimos sobre a região. Muitos nao creem que as industrias Standard Oil e Royal Dutch-Shell possam ter influenciado diretamente no conflito, porém fica claro que o fator do petróleo foi altamente relevante para o ocorrido.
A Argentina, ao vetar a construção de oleodutos na margem direita do Rio Paraguai, devido à criação da YPF por seus governos nacionalistas,  nao deixou opção à Bolívia,  senão pegar em armas. A versão mais comum da Guerra é a de que a Standard e a Shell britânica armaram Bolívia e Paraguai, respectivamente, visando ganhar domínio sobre as mitificadas jazidas da região do Chaco, em função da necessidade de petróleo pela qual os EUA passavam à época; todavia, não se possui provas quanto a isso.
Após o fim das hostilidades, crenças de petróleo na região continuaram impedindo que se chegassem a acordos. A Argentina não possuía grandes interesses em que se chegasse a um acordo, porém, o Brasil, que receava uma ação mais forte do Paraguai sobre a Bolívia, como um possível desmembramento, interveio através da mediação do Presidente Getúlio Vargas.

Finalmente, após 2 anos de guerra concreta e mais de 40 de conflitos, em 1935 assinou-se na Conferência de Paz de Buenos Aires, o Tratado de Paz entre Paraguai e Bolívia. Após isso,  a paz não foi total, uma vez que o Paraguai permaneceu tentando obter regiões ricas em petróleo da Bolívia através da interpretação do tratado, fato que não foi possível graças à energica atuação brasileira que propôs a construção de uma ferrovia à Bolívia ligando Corumbá a St Cruz.
Finalmente, após trancos e barrancos, em 1938 assinou-se o Tratado de Paz, Amizade e Limites entre os beligerantes. Moniz Bandeira resslta o fato peculiar de que nenhum dos dois países envolvidos  conseguiu aquilo que queria com o conflito, permanecendo da mesma forma que antes. No entanto, Brasil e Argentina saíram vitoriosos, com tratados de vinculação ferroviária com a Bolívia, bem como de concessão de exploração de petróleo, que, como depois foi comprovado, nunca existiu em quantidades significativas para o comércio.

Bom, acho que é isso... Espero que tenha dado para entender algo da guerra do Chaco!!! É que são tantos e tantos detalhes, e tantos milhares de governos e presidentes e golpes que fica dificil falar tudo.... ;)
Vou nessa pois mais um capítulo me chama... Se eu aguentar! Tá me dando fome... Essa vida de estudar engorda viu! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Beijos e boa noite,

LDA

Ps. este artigo foi revisado em 09-01-11! Acho que está beeeem mais fácil de ser entedido agora... rsrs. Nada como o amadurecimento intelectual e gramatical... :) Beijocas

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