terça-feira, 16 de novembro de 2010

Para iniciar-se nos estudos diplomáticos.

Estimulada por uma pergunta de um leitor, resolvi fazer um post direcionado àqueles que têm pretensões diplomáticas, assim como eu, mas que, no entanto, ainda não se iniciaram nos estudos direcionados à essa carreira.

Minha caminhada foi, desde sempre, direcionada para a diplomacia. Escolhi fazer um curso de Relações Internacionais, que muito me ajudou na familiarização com a linguagem e com os temas da carreira diplomática. Fiz isso justamente por que já sabia das minhas pretensões em seguir essa carreira. Àqueles de outras formações que visam à diplomacia, digo que há algumas leituras que são essenciais e algumas práticas que devem se tornar hábito.

A primeira das leituras que recomendo é "História da política exterior do Brasil", do Amado Cervo e Clodoaldo Bueno. Esse livro é a Bíblia da diplomacia e deve ser lida, relida, trelida... rsrsrs. De preferência, deve ser lido após um bom livro de história do Brasil, preferivelmente o do Boris Fausto, criativamente intitulado "História do Brasil", minha segunda recomendação. Um livro que igualmente gosto e acho de fácil compreensão é o "Argentina, Brasil, Estados Unidos", do Moniz Bandeira. Acho-o completo na narrativa dos fatos, porém deve-se tomar cuidado com a abordagem um tanto quanto crítica do autor no que se refere aos EUA.

Quanto aos hábitos, ler periódicos é fundamental. Ler jornais TODOS os dias deve ser tão básico quanto comer. Confesso que eu, infelizmente, não tenho esse hábito, mas me policio para tentar ler jornais e revistas - do Brasil e do mundo - ao menos uma vez por semana. Estar informado sobre o que se passa é fundamental e saber a posição que o Brasil adota frente aos ocorridos é essencial. Para isso recomendo a leitura da seleção diária de notícias do site do Itamaraty. As notícias são selecionadas pela própria assessoria de impensa do gabinete do ministro e compilam aquilo considerado mais importante sobre o Brasil e sua política externa. Essa página fica disponível no site do Itamaraty: http://www.itamaraty.gov.br/ ; além disso, há ótimos artigos de política externa e ótimos resumos e posicionamentos oficiais sobre blocos econômicos e coalizões de geometria variável dos quais o Brasil faz parte.

Ler o Economist é útil, respondendo à pergunta do Thiago, até porque muitos dos textos de inglês da prova são retirados daí, o que torna crucial uma familiriazação com o vocabulário mais do que específico desse periódico; no entanto, eu, por mim, não considero indispensável. Se você puder/quiser ler, leia e isso com certeza será útil; se não quiser, leia outros jornais, e isso lhe ajudará igualmente. Recomendo o NY Times e o Le Monde: http://www.nytimes.com/ e http://www.lemonde.fr/

No mais, é importantíssimo ter um amplo domínio da lingua portuguesa. Leituras como Celso Furtado, Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre devem estar no cardápio, mesmo que apenas capítulos específicos ou resenhas. Além disso, a gramática deve estar afiada, pois será utilíssima na primeira, segunda e terceira fases. Boas línguas estrangeiras também são muito importantes. Recomendo fortemente que aqueles que ainda não possuem uma segunda e terceira língua estrangeira (além do inglês) inciem seus estudos o quanto antes em espanhol e francês (já que agora ambas são cobradas na prova). Eu, particularmente, preferi o francês, uma vez que considero essa língua mais complexa de se aprender, demandando mais tempo, e também tendo em vista que eu já havia estudado o espanhol por alguns anos.

Espero que esse post ajude em alguma medida aqueles que buscam iniciar seus estudos para a carreira diplomática! Estou a disposição, para quaisquer dúvidas, no email jovemdiplomata@gmail.com

Beijos mil,

Luiza


Um comentário:

  1. Luiza!

    Ótimo post! Parabéns...

    Com certeza muitos iniciantes vão gostar de seguir essas dicas.

    Beijos
    George Lima

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