domingo, 6 de fevereiro de 2011

Matéria: O Itamaraty vai rever relações com regimes autoritários

Oi gente,

Domingo, preguiça e cansaço, as três palavras que definem o meu dia de hoje. Ah, e me esqueci de falar "aula de economia", daqui a pouco. rsrs.

Sendo assim, resolvi apenas colar essa matéria para vocês que achei no site da  Revista Época, na Globo.com. Achei muito interessante, pois ela mostra uma mudança na política externa de Dilma que vem sendo observada, já nesses primeiros meses de mandato.

A nova presidenta vem se posicionando de forma mais firme e coesa no que concerne aos direitos humanos, sobretudo nos países com regimes menos democráticos. A presidenta e seu Chanceler já vêm demonstrando que farão uma revisão na posição brasileira adotada no relacionamento com esses países. É algo bem interessante e uma mudança considerável, em relação ao governo anterior.

Colo, abaixo, a matéria. Acho que é muito útil!



"O Itamaraty vai rever relações com regimes autoritários"

Sob o comando de Dilma e do ministro Patriota, não deve mais haver moleza para os ditadores – tratados com condescendência na era Lula

Murilo Ramos

Durante os oito anos do governo Lula, a diplomacia brasileira, recorrentemente, recusou-se a apoiar resoluções internacionais de condenação a países acusados de violações de direitos humanos. Nas votações na Organização das Nações Unidas (ONU), a posição mais comum do Brasil foi a abstenção (leia quadro abaixo). Para o Itamaraty, lições morais pouco contribuiriam para melhorar a situação das vítimas de abusos. Mais produtivo seria tentar mudanças pela via do diálogo.

NOVO RUMO

O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota. Ele pediu aos embaixadores sugestões sobre a política externaPor trás desses argumentos, havia o ceticismo em relação às questões de direitos humanos de ideólogos da política externa, como o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, segundo homem na hierarquia do Itamaraty durante quase sete anos. Pinheiro Guimarães postulava que a defesa dos direitos humanos “dissimula, com sua linguagem humanitária e altruísta, as ações táticas das grandes potências em defesa de seus interesses estratégicos”. Essa diretriz “anti-colonialista” significou, na prática, o apoio do Brasil a alguns dos regimes mais execrados na comunidade internacional, como as ditaduras que governam a Coreia do Norte e Mianmar. O ponto mais baixo dessa política, talvez, tenha sido a declaração do ex-presidente Lula em viagem a Cuba, no início de 2010, em que comparou dissidentes políticos em greve de fome a bandidos comuns de São Paulo.

Na campanha eleitoral, a presidenta Dilma Rousseff já havia dado sinais de que daria uma guinada nessa orientação. Ela assinou um documento em que se comprometeu a “conferir primazia aos direitos humanos a outros interesses na política externa”. Eleita, criticou a posição do Itamaraty de se abster na votação da resolução da ONU que condenava o Irã por práticas medievais como o apedrejamento. Na semana passada, ela deu mais duas indicações de que pretende, nessa área, estabelecer diferenças marcantes em relação a Lula. Na Argentina, destino da sua primeira viagem internacional, disse que “todas as falhas que existam em relação a Cuba” no campo dos direitos humanos devem ser protestadas. Ao mesmo tempo, tornou-se público que o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, pediu a embaixadores uma reavaliação da política externa, com o objetivo, entre outros, de rever a relação com regimes autoritários.

“Não vamos virar a Noruega, mas o governo vai passar a defender valores que estão em sintonia com a realidade democrática brasileira”, diz Eduardo Viola, especialista em relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB). É um avanço promissor.


NEUTRALIDADE POLÊMICA

No governo Lula, o Brasil se absteve se condenar regimes acusados de violações

IRÃ

Desde 2004, o Brasil se abstém, regularmente, em todas as votações da Assembléia Geral da ONU que aprovaram condenações ao regime iraniano por violações de direitos humanos

COREIA DO NORTE

Em 2008 e 2009, o Brasil se absteve, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, de condenar o regime do ditador Kim Jong-Il, acusado de torturar e executar dissidentes políticos

MIANMAR

Em 2010, o Brasil não apoiou a resolução da ONU que pedia a libertação de mais de 2 mil presos políticos pela junta militar que governa o país do Sudeste asiático

SRI-LANKA

Em 2009, o Brasil não apoiou investigação de violações de direitos humanos durante a guerra de 25 anos entre o governo cingalês e a guerrilha dos Tigres de Libertação do Tâmil Eelam

SUDÃO

Em 2006, o Brasil não apoiou resolução que criticaria o governo sudanês e pediria o envio à Justiça dos responsáveis pelo massacre de mais de 200 mil pessoas em Darfur.


_____________________________________________________________________________
 
 
That's all folks. Agora é esperar e observar os novos rumos que nossa política externa irá tomar. ;)
 
Beijos a todos e bom final de semana,
 
Luiza
 
 

2 comentários:

  1. Cara Luiza,
    De início, quero parabenizá-la pelo blog e sobretudo por seu despreendimento e segurança! O compartilhar de tantas dicas e informações já demonstra o quão merecedora é do seu sonho.

    Descobri seu blog há poucos dias, enquanto buscava alguma informação sobre a bibliografia do concurso. Eu tenho 34 anos,sou advogada, formada também em história. na faculdade, me dediquei bastante aos temas de direito internacional, especialmente por direitos humanos e controle de constitucionalidade.
    De uns tempos para cá estou cada vez mais interessada em política internacional, leio diariamente vários jornais internacionais (ao menos a parte de economia e política) e, adoro conhecer culturas e idiomas diversos e, por tudo isso, me passou pela cabeça ingressar na carreira diplomática.
    Sei que há um longo caminho de estudos a ser percorrido, mas confesso que as matérias exigidas nas provas me são muito aprazíveis.
    Mas enfim, estou te escrevendo também porque estou um pouco insegura, sobretudo pela minha idade e por não dispor de muito tempo para estudar (já que trabalho 8h por dia).
    De qualquer modo, sua confiança e determinação são contagiantes então pensei em registrar este depoimento com um pedido final de uma opinião sua, que parece já estar bem contextualizada no mundo diplomático, sobre estas minhas angústias em relação à idade e tempo de dedicação nos estudos.

    um abraço, muito força na reta final e toda a minha torcida pelo seu sucesso!

    Nina

    ResponderExcluir
  2. Oi Nina!

    Muito obrigada pelo seu comentário. Fico muito feliz em saber que você curte o blog!

    Pude perceber, pelo que você me falou, que você já tem uma incrível bagagem. Me parece ser uma pessoa experiente e madura, que já possui muito conhecimento. Acho que se você realmente decidir prestar a prova, terá sim que se dedicar um pouco mais, ter uma rotina séria de estudos, e se dedicar a outras matérias como economia, inglês e português; porém, não acho que seja nada impossível. A maturidade intelectual ajuda muito nessa prova.

    Por você já trabalhar 8 horas por dia, a rotina pode se tornar um pouco puxada demais, pois é aconselhável não estudar menos de 5 horas por dia para a prova, mas acho que se você fizer isso com gosto, como lazer, sem uma cobrança - até porque, você já tem uma vida profissional estável - pode dar certo sem ficar pesado demais para você.

    Quanto à idade, não creio mesmo que isso seja um problema. Conheço várias pessoas que passaram com 30, e até mesmo com 40, 50 anos. Se esse for o teu sonho, não há porque desistir.

    Acho que você tem muita chance, mas será preciso fazer o que te disse, dedicar-se um pouco mais a isso. Estou super à disposição se você quiser falar mais sobre isso. Meu email está ali do lado, e eu espero por um contato seu, se você quiser conversar mais.

    Um grande beijo!

    ResponderExcluir